terça-feira, 4 de agosto de 2015

FUNCIONAMENTO COGNITIVO DA CRIANÇA COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL



FUNCIONAMENTO COGNITIVO DA CRIANÇA COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL


Rita de Cássia D. de Lima

De acordo com as leituras realizadas nos textos sugeridos percebemos que as características do funcionamento cognitivo das pessoas que apresentam deficiência intelectual são semelhantes às pessoas ditas normais no aspecto estrutural. Já no aspecto funcional, difere bastante quando está relacionada à mobilização dos esquemas cognitivos em situações de resolução de problemas.
A autora cita INHELDER (1963) que observou oscilações anormais no desenvolvimento operatório de pessoas com deficiência intelectual.  As oscilações provam que fatores extras cognitivos podem influenciar os mecanismos operatórios, chegando até mesmo a interferir no pensamento. São três as oscilações: inquietude, sugestibilidade e hesitação. Estas em um contexto de troca social podem ter um efeito sobre a fragilidade do pensamento das pessoas com deficiência intelectual.
Para Zigler (1969), ao elaborar a teoria do desenvolvimento, afirma ” que os aspectos emocionais tem um papel importante no modo de resolução de problemas das crianças com deficiência intelectual.” O desenvolvimento das crianças com deficiência intelectual é caracterizado por uma progressão mais lenta, porém idênticas as das crianças ditas normais.
A teoria de Piaget aplicada à deficiência intelectual aborda os processos cognitivos das pessoas com deficiência intelectual visando verificar se o desenvolvimento cognitivo da criança com deficiência intelectual é comparável ao das crianças ditas normais. Vários estudos aplicados à teoria de Piaget relacionada à deficiência intelectual sugerem as seguintes conclusões: que a sequência do desenvolvimento das crianças com deficiência intelectual e das crianças ditas normais é basicamente a mesma. Entretanto, o ritmo da passagem entre diversos estágios se caracteriza por importantes retardos.
Com relação aos aspectos cognitivos e socioemocionais que interferem na aprendizagem e no funcionamento desses alunos, é preciso considerar o papel que os aspectos emocionais têm com as crianças com deficiência intelectual resolvem os problemas, pois  eles afetam o desenvolvimento destas. Dentre estes fatores estão: [...] a qualidade das relações sociais, as interações sociais negativas, a expectativa de fracasso, a dependência dos outros e a baixa autoestima. (FIGUEIREDO E POULIN, 2008, p.4)
Diante do estudo realizado vale ressaltar que é de suma importância para o professor do AEE, a compreensão dos aspectos do funcionamento cognitivo do aluno que apresenta deficiência intelectual, pois irá contribuir para subsidiar o trabalho dele na sala de recursos multifuncionais. 

REFERÊNCIAS:
FIGUEIREDO, R. V.: J. Aspectos funcionais do desenvolvimento cognitivo de crianças com deficiência mental e metodologia de pesquisa. In: Silvia Helena Vieira Cruz (Org.). A criança fala: a escrita, de crianças em pesquisa. 1ed. São Paulo: Cortez, 2008, v.1 p. 01-15.







domingo, 13 de julho de 2014

REFLETINDO SOBRE O " MODELO DOS MODELOS"



REFLETINDO SOBRE O MODELO DOS MODELOS


 Rita de Cássia Domingos de Lima


O texto “O modelo dos modelos” de Ítalo Calvino nos faz parar e refletir sobre algumas questões inerentes a nossa prática no dia a dia das escolas.
O autor nos fala de um modelo pronto, perfeito, lógico que fosse capaz de adaptar-se a todos os outros, e por fim que esse modelo servisse de base e se adequasse a todas as realidades.
Para podermos conhecer o todo é necessário conhecer primeiro as partes. É como no AEE, cada aluno tem sua especificidade. Para conhecer o aluno é preciso conhecê-lo de perto, identificar a causa do problema através do estudo de caso que se desenvolve em cinco etapas, até culminar no plano de AEE.
Para que isso aconteça se faz necessário que o professor não deva enxergar só a deficiência em si, as limitações, e sim procurar conhecer melhor cada aluno, o que ele tem em sua essência, as suas potencialidades, acreditar que o mesmo possa contribuir na superação de seus obstáculos.
Devemos apagar como diz o autor do texto acima citado os modelos dos modelos homogêneos, padronizados em que tudo deve estar perfeito, sem erros, retos e alinhados, ou melhor, romper com o paradigma da normalidade para que possamos aceitar a conviver com as diferenças, onde todos possam ser beneficiados.

domingo, 8 de junho de 2014

CARTÕES DE COMUNICAÇÃO


CARTÕES DE COMUNICAÇÃO UMA ALTERNATIVA PARA ALUNOS COM TEA-TGD

 

                                           Rita de Cássia Domingos de Lima



Descrição da imagem: a imagem apresenta vários cartões de comunicação com símbolos gráficos representativos de mensagens. Os cartões estão organizados por categorias de símbolos e cada categoria se distingue por apresentar uma cor de moldura diferente: cor de rosa são os cumprimentos e demais expressões sociais (visualiza-se o símbolo “tchau”), amarelo são os sujeitos (visualiza-se a palavra “mãe”), verde são os verbos (visualiza-se o símbolo “desenhar”), laranja são os substantivos (visualiza-se o símbolo “perna”), azul são os adjetivos (visualiza-se o símbolo “gostoso”) e brancos são símbolos diversos que não se enquadram nas categorias anteriores citadas (visualiza-se o símbolo “fora”).

 

Os cartões de comunicação são recursos de baixa tecnologia que servem para transmitir uma mensagem. Os cartões de comunicação são simples, pois mostram símbolos gráficos em um espaço compacto.

Geralmente são organizados em fichários, presos em argolas ou em porta-cartões de modo que o usuário possa folheá-los.

Estes cartões podem ser utilizados por pessoas de todas as idades, que não possuem fala ou escrita funcional devido a várias disfunções como: autismo, paralisia cerebral, deficiência mental, AVC (acidente vascular cerebral), entre outros.

Também, utilizamos os cartões de comunicação com crianças que possuem baixa visão, onde existe a necessidade de ampliarmos muito os símbolos gráficos.

Estes cartões podem ser utilizados na sala de aula na construção da rotina com uma turma, em oficinas como tópicos de interesse dos alunos.

Uma atividade bastante interessante é fazer uma oficina de culinária onde o professor pode selecionar o vocabulário da receita e após, organizá-lo com a turma, ordenando os cartões para montar a receita.

Nessa atividade aproveita-se não só para explorar o léxico, como também a organização sintática, envolvendo alunos falantes e não falantes.

O professor de AEE poderá com o uso dos cartões de comunicação iniciar o uso de simbologia gráfica para CAA, e que posteriormente irá evoluir para o uso de pranchas maiores. O uso dos cartões de comunicação estimula o aluno a fazer associações entre a atividade e o símbolo, levando assim a comunicação e a compreensão.

 

Referências:

SCHIRMER, C. R. et al. Comunicação Aumentativa e Alternativa – CAA In: AEE e Deficiência Física. São Paulo: MEC/SEESP, 2007. P.57-64.

 

 

 

sábado, 3 de maio de 2014

Distinguindo a Surdocegueira e a Deficiência Múltipla


Distinguindo Surdocegueira e Deficiência Múltipla

 


 

Rita de Cássia Domingos de Lima

 

Segundo Maia (2011, p.1) a “surdocegueira é uma terminologia adotada mundialmente para se referir a pessoas que tem perdas visuais e auditivas concomitantes em graus diferentes”. Existem vários tipos de surdocegueira como: surdocego total, surdocego com surdez profunda associada com resíduo visual, surdocego com surdez moderada associada com resíduo visual, surdocego com surdez moderada ou leve com cegueira, surdocego com perdas leves tanto auditivas quanto visuais. A surdocegueira pode ser congênita ou adquirida.

Por muito tempo, a surdocegueira foi considerada uma deficiência múltipla. Porém em 1991, vários profissionais, familiares e pessoas com surdocegueira se uniram para uma “Ação Afirmativa” para reconhecimento da surdocegueira como uma deficiência única. Tudo isso ocorreu em virtude de não se beneficiarem dos programas educacionais para pessoas somente com surdez e ou de pessoas com deficiência visual.

A deficiência múltipla de acordo com a Lei 7.853 de 24/10/1984 é definida como: a associação, no mesmo indivíduo, de duas ou mais deficiências primárias (intelectual, visual, auditiva, física), com comprometimentos que acarretam consequências no seu desenvolvimento global e na sua capacidade adaptativa.

Com relação às necessidades básicas desses alunos concordamos com Serpa (2002, p.2) ao afirmar que “a comunicação é o aspecto mais importante, e por isto, deve-se focar nela a atenção na implementação do programa educacional/terapêutico, já que é o ponto de partida para chegar a qualquer aprendizagem”.

Importa informar que o corpo é a realidade mais imediata do ser humano. É a partir e por meio dele, que o ser humano descobre o mundo a si mesmo. Logo, favorecer o desenvolvimento do esquema corporal da pessoa com surdocegueira ou com deficiência múltipla é de suma importância.

A esse respeito Bosco, Mesquita e Maia (2010, p.11) afirmam que: “as pessoas com surdocegueira e com deficiência múltipla que não apresentam graves problemas motores precisam aprender a usar as duas mãos”.  Isso “[...] para o desenvolvimento de um sistema estruturado de comunicação”. O tato é o sentido, depois da visão e da audição que pode oferecer mais informação.

Concordamos com os autores ao afirmarem que “todo trabalho com o aluno com deficiência múltipla e com surdocegueira implica em constante interação com o meio ambiente.” (BOSCO, MESQUITA, MAIA, 2010, p.12).

Várias estratégias são utilizadas para aquisição da comunicação da pessoa com surdocegueira ou com deficiência múltipla.  A caixa de antecipação será a primeira estratégia de comunicação e devem ser utilizadas com alunos que ainda não têm nenhum sistema formal de comunicação. Os objetos de referência é outra estratégia utilizada que tem significado especial, o qual tem a função de substituir a palavra e, assim, podem representar pessoas, objetos, lugares, atividades ou conceitos associados a eles.  Os símbolos tangíveis “são objetos ou figuras que vão no lugar de, ou representam algo sobre o qual queremos comunicar”. (ROWLAND e SCHWEIGERT, 2005, p.2)

As Pistas também são estratégias usadas para aquisição da comunicação para a pessoa com surdocegueira ou deficiência múltipla. As pistas podem ser de contexto, de movimentos, e pistas táteis.

 

REFERÊNCIAS:

BOSCO, Ismênia C.M.G.; MESQUITA, Sandra R.S.H. MAIA, Shirley R. Coletânea UFC-MEC/2010: A Educação Especial na Perspectiva da Inclusão Escolar – Fascículo 05: Surdocegueira e Deficiência Múltipla (2010). Capítulo 1 – A pessoa com Surdocegueira. Capítulo 2 – A pessoa com Deficiência Múltipla. Capítulo 3 – Necessidades Específicas das Pessoas com Surdocegueira e com Deficiência Múltipla.

MAIA, Shirley R. Aspectos Importantes para saber sobre Surdocegueira e Deficiência Múltipla. São Paulo – 2011.

ROWLAND Charity e SCHWEIGERT Philip – Soluções Tangíveis para Indivíduos com Deficiência Múltipla e ou com Surdocegueira. Apostila In mimeio. Tradução Acess. Revisão: Shirley R. Maia-2013.

domingo, 16 de março de 2014

Reflexões da educação escolar de alunos com surdez

 A nova política de educação escolar de alunos com surdes no Brasil na perspectiva da Educação Inclusiva propõe romper com o confronto entre gestualistas e oralistas. A referida política  desaprova as propostas que são contra a inclusão dos alunos com surdes, pois estas separam as pessoas com surdez das pessoas ouvintes, negando o seu potencial, nega a língua natural dos alunos surdos e provoca perdas sensoriais consideráveis nos aspectos cognitivos, sócio afetivos, linguísticos, políticos e culturais na aprendizagem desse alunos. 
A luz do pensamento pós-moderno a pessoa com surdez é vista como um ser humano descentrado que não tem deficiência e sim como um pessoa que tem perda sensorial auditiva, ou melhor, possui surdez. Por outro lado, existe uma potencialidade do corpo biológico humano e da mente humana, "[..] tornando essa pessoa capaz, como ser de consciência, pensamento e linguagem" (DAMÁZIO e FERREIRA, 2010, p.48).
Concordamos com a autora ao afirmar que "mais que uma língua, as pessoas com surdes precisam de ambientes educacionais estimuladores, que desafiem o pensamento e exercitem a capacidade perceptivo-cognitiva" (DAMÁZIO, 2010, p.50).
A autora ressalta que a inclusão do aluno com surdez "deve acontecer desde a educação infantil até a educação superior, garantindo-lhe, desde cedo, utilizar os recursos de que necessitam para superar as barreiras do processo educacional [..]" (DAMÁZIO, 2007, p.14).
Desse modo, para que o desenvolvimento linguístico ocorra faz-se necessário que os alunos surdos tenham a oportunidade de desenvolver a Libras desde cedo, a fim de que tenham a oportunidade de desenvolver seu potencial e possam entrar no mundo da leitura e da escrita significativa, assim como ocorre com os ouvintes.
As práticas pedagógicas que assumem a bordagem bilíngue visa capacitar a pessoa com surdez para utilização de duas línguas no cotidiano escolar e na vida social: a Língua Brasileira de Sinais e a Língua Portuguesa, preferencialmente na modalidade escrita. A partir do Decreto 5.626/05, que regulamentou a lei de Libras, as propostas educacionais começaram a se estruturar.
No contexto da Educação Especial na perspectiva inclusiva o Atendimento Educacional Especializado é construído e legitimado. O  AEE na escola e classe comum oferece novas possibilidades para os alunos com surdez, em que a Libras e a Língua Portuguesa escrita são línguas de comunicação e instrução.
Segundo Damázio (2010, p.52) o AEE tem função de "organizar o trabalho complementar para a classe comum, com vistas a autonomia e a independência social, afetiva, cognitiva e linguística da pessoa com surdez na escola e fora dela".
Dessa forma o planejamento do AEE é elaborado e desenvolvido em conjunto com os professores que dão aulas em Libras, professor da sala de aula comum e professor de Língua Portuguesa para pessoas com surdez.
Conforme Damázio (2007), o AEE envolve três  momentos didático-pedagógicos: Atendimento Educacional Especializado em Libras, Atendimento Educacional Especializado de Libras e Atendimento Educacional Especializado de Língua Portuguesa, que visam oferecer a esses alunos a oportunidade de demonstrarem e se beneficiarem de ambientes inclusivos de aprendizagem.
Referências:
DAMÁZIO, M. F. M.; FERREIRA, J. Educação Escolar de Pessoas com Surdez-Atendimento Educacional Especializado em Construção. Revista Inclusão: Brasília: MEC, V.5, 2010. p.46-57.
DAMÁZIO, Mirlene F.M. Educação Escolar Inclusiva para Pessoas com Surdez. In Atendimento Educacional Especializado: Pessoa com Surdez. Curitiba: CROMOS, 2007, p. 13-16

domingo, 1 de dezembro de 2013

AUDIODESCRIÇÃO

 
FILME COM AUDIODESCRIÇÃO
 
 
 
 
 
 
 
 
A Audiodescrição é um recurso de acessibilidade que amplia o entendimento das pessoas com deficiência visual em eventos culturais gravados ao vivo, como: peças de texto, programas de tv, exposições, mostras musicais, [..] "É uma atividade [..] que transforma o visual em verbal"[..] (MOTTA;FILHO, 2010, pg.02).
A Audiodescrição vem contribuindo de forma relevante para a inclusão cultural, social e escolar das pessoas com deficiência visual. A Audiodescrição é arte de transformar aquilo que não é visto no que é ouvido.

domingo, 20 de outubro de 2013

O uso de software educativo como estratégia de ensino

 O uso de software educativo tem como objetivo introduzir  o computador na vida das crianças, se tornando um maneira diferente, agradável e adequada ao desenvolvimento da cada uma delas. O alunos vão explorar atividades que envolvem letras , números, formas e cores. Os jogos oferecem um mundo lúdico interativo, envolvente e colorido, estimulando o aprendizado de maneira divertida.
 Vygotsky estabelece uma relação estreita entre o jogo e aprendizagem, atribuindo-lhe uma grande
 importância para o desenvolvimento cognitivo resultante da interação entre a criança e as pessoas com quem mantem contatos.
O jogo e o brincar fazem  parte do ser humano em toda e qualquer idade, são fundamentais para o desenvolvimento, pois estimula a construção de conhecimento através de aprendizagem significativas.
Desta forma o professor pode contar com o uso de diferentes jogos pedagógicos , inclusive os software educativos como estratégias de ensino para auxiliar o aluno no processo de aprendizagem.
 O SEBRAN ou ABC do SEBRAN como é mais conhecido é um jogo completo que conta com inúmeras utilidades para que as crianças aprendam brincando num ambiente com figuras coloridas, música e criatividade. O software possui 12 tipos de atividades, onde é explorado: alfabeto, memória, atenção, raciocínio lógico, coordenação motora, etc.
O software do Sebran traz várias atividades que desenvolvem os mecanismos de aprendizagem de forma lúdica que podem ser utilizado na sala de AEE, ou em outro ambiente. É fundamental no jogo que a criança descubra por si mesma e para tanto o  professor do AEE, deverá fazer e oferecer situações desafiadoras que motivem o aluno a dar diferentes respostas, estimulando a criatividade e a descoberta. O SEBRAN pode ser baixado gratuitamente.