Distinguindo
Surdocegueira e Deficiência Múltipla
Rita de Cássia
Domingos de Lima
Segundo Maia (2011, p.1) a “surdocegueira
é uma terminologia adotada mundialmente para se referir a pessoas que tem
perdas visuais e auditivas concomitantes em graus diferentes”. Existem vários
tipos de surdocegueira como: surdocego total, surdocego com surdez profunda
associada com resíduo visual, surdocego com surdez moderada associada com
resíduo visual, surdocego com surdez moderada ou leve com cegueira, surdocego com
perdas leves tanto auditivas quanto visuais. A surdocegueira pode ser congênita
ou adquirida.
Por muito tempo, a
surdocegueira foi considerada uma deficiência múltipla. Porém em 1991, vários
profissionais, familiares e pessoas com surdocegueira se uniram para uma “Ação
Afirmativa” para reconhecimento da surdocegueira como uma deficiência única.
Tudo isso ocorreu em virtude de não se beneficiarem dos programas educacionais
para pessoas somente com surdez e ou de pessoas com deficiência visual.
A deficiência múltipla de
acordo com a Lei 7.853 de 24/10/1984 é definida como: a associação, no mesmo
indivíduo, de duas ou mais deficiências primárias (intelectual, visual,
auditiva, física), com comprometimentos que acarretam consequências no seu
desenvolvimento global e na sua capacidade adaptativa.
Com relação às necessidades
básicas desses alunos concordamos com Serpa (2002, p.2) ao afirmar que “a
comunicação é o aspecto mais importante, e por isto, deve-se focar nela a
atenção na implementação do programa educacional/terapêutico, já que é o ponto
de partida para chegar a qualquer aprendizagem”.
Importa informar que o corpo
é a realidade mais imediata do ser humano. É a partir e por meio dele, que o
ser humano descobre o mundo a si mesmo. Logo, favorecer o desenvolvimento do
esquema corporal da pessoa com surdocegueira ou com deficiência múltipla é de
suma importância.
A esse respeito Bosco,
Mesquita e Maia (2010, p.11) afirmam que: “as pessoas com surdocegueira e com
deficiência múltipla que não apresentam graves problemas motores precisam
aprender a usar as duas mãos”. Isso “[...]
para o desenvolvimento de um sistema estruturado de comunicação”. O tato é o
sentido, depois da visão e da audição que pode oferecer mais informação.
Concordamos com os autores
ao afirmarem que “todo trabalho com o aluno com deficiência múltipla e com
surdocegueira implica em constante interação com o meio ambiente.” (BOSCO, MESQUITA,
MAIA, 2010, p.12).
Várias estratégias são
utilizadas para aquisição da comunicação da pessoa com surdocegueira ou com
deficiência múltipla. A caixa de
antecipação será a primeira estratégia de comunicação e devem ser utilizadas
com alunos que ainda não têm nenhum sistema formal de comunicação. Os objetos
de referência é outra estratégia utilizada que tem significado especial, o qual
tem a função de substituir a palavra e, assim, podem representar pessoas,
objetos, lugares, atividades ou conceitos associados a eles. Os símbolos tangíveis “são objetos ou figuras
que vão no lugar de, ou representam algo sobre o qual queremos comunicar”.
(ROWLAND e SCHWEIGERT, 2005, p.2)
As Pistas também são
estratégias usadas para aquisição da comunicação para a pessoa com
surdocegueira ou deficiência múltipla. As pistas podem ser de contexto, de movimentos,
e pistas táteis.
REFERÊNCIAS:
BOSCO, Ismênia C.M.G.;
MESQUITA, Sandra R.S.H. MAIA, Shirley R. Coletânea UFC-MEC/2010: A Educação
Especial na Perspectiva da Inclusão Escolar – Fascículo 05: Surdocegueira e Deficiência Múltipla (2010). Capítulo 1 – A pessoa com
Surdocegueira. Capítulo 2 – A pessoa com Deficiência Múltipla. Capítulo 3 –
Necessidades Específicas das Pessoas com Surdocegueira e com Deficiência
Múltipla.
MAIA, Shirley R. Aspectos
Importantes para saber sobre Surdocegueira e Deficiência Múltipla. São Paulo –
2011.
ROWLAND Charity e SCHWEIGERT
Philip – Soluções Tangíveis para
Indivíduos com Deficiência Múltipla e ou com Surdocegueira. Apostila In mimeio.
Tradução Acess. Revisão: Shirley R. Maia-2013.
Nenhum comentário:
Postar um comentário